25 julho, 2006

"Então..."

Velho, mas o blog tb já ficou... então cabe.
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Rarará! "De que vale a terra, o céu e o sol sempre a brilhar" (ou qualquer coisa que o valha).

Meu irmão bateu o carro. "Tá tudo bem, ele não machucou, ninguém mais foi envolvido, foi só material..." Diriam uns. É, Bem! Mas eu não sou afortunado o suficiente, ou ainda, o mínimo, para me dar ao luxo de pensar assim.

Quatro rodas enviesadas, as duas da frente travadas, o farol/lete, o pára-choque traseiro e a tampa do porta-malas quebrados. O quê? Uns R$2000,00 de prejú!? "Ah, mas tem seguro..." e ele não cobre ficar sem carro, andar de ônibus, perder o pouco tempo que nós temos para respirar nos locomovendo. Rarará! Tá cagado!

18 horas depois eu bato o carro. "Ué, mas ele não tava quebrado? Como que ele tava andando...?" Bom, foi o carro do meu avô. Pára choque dianteiro, radiador, serpentina (uns tubos que ligam o reservatório de óleo da direção hidráulica à ela), o próprio reservatório, farol/lete, grade e tampa do capô... Tudo amassado/quebrado. R$2500,00 por alto. Na bagunça eu ainda perdi a minha pen-drive...

A psicanálise tá dando um show! Enfiando com bola e tudo! Rarará! E depois o curso é fácil... "Relaxa, são só notas. Isso não vai te fazer um pior psicólogo", diriam aqueles. É, não é!? Prá quê esquentar a cabeça com quatro mil de prejuízo mais uma bosta de uma graduação?

Ah, quer saber? E tem mais, tb!

21 maio, 2006

Louco, Heu?

Estou exatamente no meio de uma crise de acesso às minhas informações. Inclusive escrever essa frase foi très difficile. Explico.

Umas duas ou três vezes por dia eu sinto fisicamente dentro da minha cabeça a minha consciência sendo arrastada para o fundo do cérebro, em direção ao cerebelo. Geralmente ela está localizada na parte frontal, logo atrás da testa. A impressão correta é a de que a consciência engatinha, ou melhor descrevendo, se movimenta com mil micro-pernas (como uma centopéia misturada com um ouriço-do-mar – cada espinho é uma perna) lá pra trás. Parece que ela se cansa e liga o standby.

A partir daí, eu tenho a visão de fundo do meu cérebro, como se eu pudesse ver tudo o que acontece de fora e tivesse um controle parco sobre isso. Não é de fora do meu corpo, é de fora do mundo. Como se houvesse um buraco entre duas dimensões e meu consciente estivesse lá do outro lado observando o que a parte que ficou está fazendo (geralmente algo mecânico). Lembra da cena do tapete de “Trainspotting”, ou da cena final de “Quero ser John Malcovich”...? Pois é.

O consciente fica brincando de Deus: sentado numa cadeira, comendo pipoca, tomando dinamita pangaláctica e vendo a Terra por uma TV 49” de plasma com um home theater (obrigado por me emprestar sua teoria e dê licença para as adaptações).

As ordens que o consciente dá ao mecânico são cumpridas, mas o caminho que a ordem percorre não é direto como um beijo (relação com outro post?). Aparentemente (já nem sei mais a definição disso), quando estou nessa situação a ordem passa por um túnel parecido com aquele construído por baixo do oceano. É uma coisa insensível, camuflada e longe do real – tanto o real do consciente quanto o real do mecânico...

Não vou negar que é interessante viver alguns minutos assim por dia (cada pulo na outra dimensão dura uns 15 minutos), mas é meio assustador. Fico sem pé (nem cabeça).

O que será que acontece se eu tentar olhar para trás quando o “Heu” estiver no outro plano?

Dente-de-leão


É peculiar como a nossa relação com o outro muda com o passar do tempo. A primeira ficada da vida é quase um parto. As mãos suando, os outros olhando, as dúvidas te tiram do sério: será que minha boca está molhada o suficiente? Vou com a boca aberta ou fechada? Será que estou com bafo? Como eu encosto nele/nela? Será que ela/ele gosta que pegue na nuca? Mas com eu faço isso?...

(Não faço a menor idéia de onde este texto está indo. Deixo a vida me levar...)

E a primeira transa? Aquela excitação, aquela vontade, o beijo encaixado, as pernas brincando de lego até... a hora! Meu deus! É agora! Travou. Os pés suam, as mão nem se fala. O tesão continua. E o medo também. Bom, não tem jeito! Então vai! Os movimentos sem sincronia, as preocupações básicas: será que eu estou machucando ela? Será que é essa posição que está doendo? É assim que ele gosta? E ela?

O tempo passa, o tempo voa e parabim, parabum! Tudo facilita. Dar um beijo fica normal. Principalmente após as transas. Tão normal que quando o joguete de conquista é malfeito, não tem nem graça. Vira só mais um beijo para a coleção. Às vezes nem rola aquele sexo... Só às vezes, né!? Sei... Em compensação um bom jogo, um beijo provocante, um calor a mais no toque. Foi bom, não foi? Mais uma?

Eis que o dia seguinte está mais azul. Aquela pessoa no colégio/trabalho/faculdade nem te incomoda mais. O professor/chefe está tão legal! É assim mesmo, legal! Como quando você ganha um pirulito. Aí até arrisca um papo com um estranho.

Leve. Como aquela pequena pena branca que cai no seu caminho no meio da rua.

12 maio, 2006

Recorrente

Somos um em sete bilhões. Desses, fomos um em ~80 milhões de espermatozóides da nossa gozada. Para chegarmos até aqui enfrentamos erros de colocação, crossover, deficiência gênica, Down, superfêmeas. Paralisia infantil, gripe, pneumonia, asma, catapora, meningite, DST. Rejeição, ódio, Édipo, incompreensão, solidão, trauma, tique, toc, compulsão.

Mas estamos aqui. Ordenados em sociedades, culturas, hábitos, desejos e proibições. Lidando com o vizinho, com o amigo e com o colega.

Em um fim-de-semana a vida acaba. E começa outra. A cada novidade, uma morte. Cada morte, uma revisão (histórica?) e uma escolha. OPS! Me perdi. Denovo...

O que foi? Uma notícia, uma ação, uma das conseqüências de uma decisão, uma bagunça de sentimentos, tudo. Não me sei mais. Onde me deixei? Vou perguntar aos amigos, eles me sabem. Mas não vai adiantar... Eles não estavam aqui, onde, inclusive, foi muito difícil (e deveras interessante) chegar. Meu micro-mundo me traiu, me iludiu, me tirou o ponto de apoio. Denovo. E denovo. E denovo.


Mudando um pouco o sentido da música:

I Miss You
(Blink 182)

Hello there
The angel from my nightmare
The shadow in the background of the morgue
The unsuspecting victim
Of darkness in the valley
We can live like Jack and Sally
If we want
Where you can always find me
And we'll have halloween on christmas
And in the night we'll wish this never ends
We'll wish this never ends

I miss you
(I miss you)

Where are you?
And I'm so sorry
I cannot sleep
I cannot dream tonight
I need somebody and always
This 6 string's darkness
Comes creeping on so haunting every time
And as I stared I counted
The webs from all the spiders
Catching things and eating their insides
Like indecision to call you
And hear your voice of treason
Will you come home
And stop this pain tonight?
Stop this pain tonight

Don't waste your time on me
You're already the voice inside my head
(I miss you)
You're already the voice inside my head
(I miss you)

29 abril, 2006

Sair - tempo verbal imperativo

Algumas pessoas morrem naturalmente na gente. Outras relutam, se esforçam, correm o máximo que podem e fatalmente se vão. Às vezes nos perguntamos por que não corremos atrás delas, mas já sabemos a resposta. Afinal, se quiséssemos teríamos dado um passo p perto.

Há algumas imutabilidades que impomos à vida e ela, como todo cachorro que se preze, nos ignora. Se vc não gosta da pessoa, apague-a. Se vc não é amiga dela, deixe que o tempo se encarrega de fazê-lo. Se vcs foram conhecidos de colégio, trabalho, bebida, prédio, nem vale a pena esquentar pq por qualquer bobagem ela deixa de ser (mude-se e faça o teste). O foda é quando vc recebe um e-mail/carta/mensagem de um ser totalmente esquecido.

Vamos aos sentimentos.

A dúvida. Vc não se lembra dela quando conversa com amigos daquele tempo, não se lembra dela quando esbarra em alguém-comum, não se lembra nem quando precisa de algo que outrora esta pessoa tinha. Quem é você?

A lembrança. Ah é! Você existiu, não é mesmo? E.....?

A raiva. O que diabos vc vem fazer aqui agora? Era pra vc estar morto e me aparece assim, sem dar explicações? Qual foi o tamanho do espaço que te dei? Esqueci assim que não te vi mais, mas já me arrependo de ter dado algum.

A traição. Porra, se eu não a mantive aqui, quem você acha que é para trazê-la de volta? Por mais próximo que você seja, a escolha ainda é MINHA! Eu ainda sou alguém diferente de você! Uma consulta viria muito a calhar! Para ser sincero, era o mínimo.

Felizmente, não podemos ter o controle que eu gostaria sobre a vida, mas um pouco de discernimento não é algo que eu classifico como prejudicial. Preserva a auto-estima, pois vou te rejeitar – a você e ao desgraçado que te informou que eu estava vivo! Preserva a dignidade, pois você teria amadurecido o suficiente para saber o seu lugar – e se não tiver, eu não preciso (e nem quero) saber! Finja!

Se eu te tirei da minha vida (ou vice-versa), não volte. Estou bem sem você, obrigado, e não quero saber como seria o meu mundo caso você estivesse nele. Esta escolha foi feita há anos atrás, mas eu confio nas minhas escolhas.

(Mal) escrito / Pesado

Surgiu uma questào de boteco outro dia que foi bastante intrigante. "Por que nós enrolamos as mulheres?". Foi levantado o "gênero masculino" como especificidade desta pergunta.

Enrolar - v. tr.: dobrar, fazendo rolo ou espiral; tornar roliço; encaracolar; embrulhar / Brasil, pop.: tornar confuso / fig., enganar, ludibriar / v. refl., pop.: atrapalhar-se; confundir-se.

Na hora eu me vi encurralado, entrando num jogo que eu sabia ser sem saída. Eu, reles Heu, tendo que dar uma resposta que seria a minha crucificaçào, independente de ser positiva ou negativa. No calor da discussào, obviamente eu tentei saídas como "eu não pensei sobre isso ainda", ou "não sei com quem vcs tem andado", ou ainda "pq vcs deixaram" e para fechar, "pq é mais cômodo". Mas precisei de um tempo pensando nisso (contra a minha vontade) para descobrir outras saídas (que também me levaram a dead ends).

A mais presente dessas respostas-saídas veio quando lembrei de uma conversa que tive há 5 meses atrás. Uma amiga falando do seu ex: "...mas ele é muito denso! Eu quero leveza. Quero o não-compromisso com o sério, com o rígido, com o exato... com (o) namoro". Me perguntei "e com o que vc sente por ele? Prefere uma paixão? Uma loucura? Quer ser desvalorizada?". E é isto que me vem à mente agora.

Seguindo este raciocínio a resposta à pergunta inicial pode ser "porque vc quis assim no início, mas as pessoas andam descompassadas, esqueceu? Você mudou. Agora quer mais que aquilo. Quer que te valorizem, que te exaltem, quem sabe que te coloquem num pedestal (altar?)? Ou quer simplesmente respeito, carinho, saudade, procura." Só ignora que ele sempre foi assim com vc. Fixo, rígido, avacalhado. Só estava do outro lado da igreja. Não era isto que procurava na hora?

Agora que a situação mudou vc não vê a sucessão dos fatos (assim como eu não vi o sentimento crescendo em vc). Tire o pé da paixão e da arrogância para falar que está sendo "enrolada". Da paixão por motivos óbvios e da arrogância por caua da atitute eu-sou-superior-e-estão-me-fazendo-de-boba.

COMO ASSIM? Realmente, seria mais ético da parte DELE "sair fora" ao saber que vc se apaixonou caso ele não estivesse a fim de assumir. Ou então conversar. Ah é! Mas tem algo que te impede de falar que está apaixonada, eu esqueci. Realmente, somos uns crápulas.

10 abril, 2006

Excitação

E o número 10 está na frente. Ele parece ter bastante fôlego pois se mantém na liderança há um bom tempo. O que está acontecendo? Será que o número 7 tem peito para encará-lo? Parece que sim porque..., Meu Deus!, eu nunca vi uma velocidade dessas! Ele nem se importou em perguntar, foi logo passando e deixando poeira no ex-líder, que, inclusive, parece bem cansado. Todos os outros o estão passando.
Agora o numero 4 tenta uma aproximação sorrateira em cima do 7. Mas parece que o 7 percebeu e não vai deixar barato... Apesar disso o 4 passa, mas não fica muito tempo na liderança pois o 7 está logo atrás e retoma a ponta. Que disputa, minha gente! Que disputa!
Enquanto os dois se engafinham os números 2 e 1 se aproximam rapidamente. É a PRIMEIRA VEZ em todos os meus anos de narrador que isto acontece! As trocas de poli nesta corrida estão assustadoramente excitan... E O NÚMERO 2 TOMA A FRENTE PASSANDO PELO MEIO DOS DOIS BRIGÕES!!! Impressionante!! O número 1 tem alguma dificuldade para passar, mantendo o 2 um tempo maior na dianteira!
O QUE FOI ISTO? O QUE FOI ISTO??? ME EXPLIQUEM SENHORAS E SENHORES! Será que ele se machucou? O número 2 foi pisoteado pelo 4 e pelo 7....!! E ACABOU!!! ACABOU!!
Vamos conferir esta cena em "slow motion" para termos certeza de quem chegou na frente. Estamos vendo aí o motivo do número 2 ter sido destruído por seu concorrentes. Um trupicão. Um simples trupicão! Agora vemos os numeros 4 e 7 pisoteando o numero 2 (oooooohhhhhh!!!)! Sim, eu concordo, uma cena deplorável... mas extremamente importante para que tenhamos certeza do ganhador!
O número 1 ganhou! Como, meus caros? Como? (Volte por favor Leozinho...) O numero 1 passou bem ao lado da confusão tendo que saltar somente uma pata e um braço do número 2. Este acidente causou um atraso no 4 e no 7 dando a poli para o número 1 que vinha logo atrás!! E acabou!! O numero 1 é o grande ganhador!!!
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Momento auge do dia: verificar o andamento da fila de atendimento do setor de TV...

19 março, 2006

A preguiça ou Uma boa desculpa

Há alguns amigos meus em sala que eu adoro conversar com. Quando eu escrevo estes posts, geralmente estou em sala... agora que voltei a escrever. Assim que vejo que o texto saiu de dentro, quero mostrar a eles (elas, na verdade) o que me passou, o que me incomodou, por onde minha imaginação fluiu. É neste momento que eu fico moendo na dúvida mostrar/não mostrar. Essa questão só sucitou após o início deste espaço.

Eu nunca fiquei em dúvida sobre querer mostrar os escritos, ou conversar sobre o que eu quero falar. Mas não vou negar que eu gostaria de abrir o internet explorer e encontrar um comment. Sim, eu admito, estou me questionando entre a escolha das CONVERSAS ou dos COMMENTS.

São duas satisfações diferentes, egoísticamente falando. Conversando dá para "aproveitar" a pessoa à uma ponta fina; dá prá sentir a reação dela, não dá tempo (não o mesmo de algo escrito) dela refletir e responder, então é "imediato". Você vê a pessoa naquele segundo. Já vendo o "placar" de comments, dá um tesão de escrever, de ver e ser visto. É aquela comunicação sem muita explicação que quem escreve imagina (e deseja) que o outro vá entender. Dá margem à interpretações que formam opiniões e extraem significados que, imagino, fazem chegar à outra pessoa.

Obviamente não são excludentes, pelo contrário, certo? Desculpe por não ter te mostrado nem conversado sobre, mas preferi a minha surpresa ao descobrir que você leu.

Daqui a gente pode ir à discussão de proximidade dos amigos, pros valores que eu dou a cada um... Mas não estou afim de discutir relação.

18 março, 2006

O que é isso? Um vírus? Uma doença?

Quando entrei na federal eu n sabia de nada e perguntava tudo. Houve pessoas que me explicavam, conversavam, davam toques. E, obviamente, houve aqueles que foram pragmáticos, arrogantes e falso-superiores.

A diferença entre eles, eu acredito, era somente a maneira de falar. Claro que isso explicita o "íntimo" de cada um, mas n quero entrar nisso. Vou para o lado da preocupação com esse tipo de discurso.

Me lembro quendo perguntei a dois amigos veteranos onde era o melhor almoço. Um deles me respondeu informando o melhor lugar de cada dia da semana. O outro me respondeu começando cada frase com: "vc tem que aprender que...", ou "é assim assado, mas vc tem que se virar. Sai por aí! Pergunta!" Me explica? O que eu tinha acabado de fazer? Perguntado, se não me engano. Perguntado para alguém que eu tinha proximidade, alguém que eu confiava. Você pode até argumentar que o 2º amigo estava certo, que perguntando p alguém que eu conheço eu perderia o "gostinho" de ser calouro. Sinto te informar, mas isto não aconteceu. Eu precisava de uma direção e não de um mapa. Se me dessem uma mapa eu o jogaria fora, ou guardaria para comparar depois quais as diferenças entre o q eu fiz e o q o amigo fez.

Só de "falar" eu já sinto uma parte da indignação daquele julgamento. Agora q estou do lado de cá, vi em mim este vírus que ataca os veteranos. Eu fui o professor-trote deles, encontramos umas 3 vezes e, em todas essas situações, eu me senti dizer: "vcs vão aprender que..."!

Minha arrogância explodiu após o 1º período? Minha segurança aumentou tanto que agora meu umbigo não cabe mais em mim? E uma que embebeda o cérebro: se faz parte do amadurecimento do estudante passar por essa arrogância, pensar a respeito logo agora na 2ª semana do 2º período vai me fazer passar mais rápido pelo pragmatismo? Se sim, eu deveria me deixar curtir este momento, certo? Então por quê não estou confortável?

Censurado

Nietzsche e Alanis ao lado e eu pensando: "o que foi?" O que aconteceu com a gente? Comigo eu sei, mas e você? Por que você não ri mais como antes? Por que você está tão próxima fisicamente e se encontra lá do outro lado do saguão? Por que quando eu chego próximo de você o papo morre? O que tem acontecido contigo que eu nao me sinto confortável ao teu lado?

Nós! Isso mesmo, nós dois! Que ríamos de tudo, que brigávamos por tudo, que discutíamos por qualquer motivo e era tudo uma grande brincadeira. Antes nós ríamos de coisas que agora você leva a sério. Não tem mais aquele tesão. Antes nós falávamos a sério sobre tópicos que hoje você evita. Estou encomodado - isso!, esta é a palavra, encomodado! - com a falta de dentes nas horas certas e o excesso deles durante um "ex qualquer-coisa".

O que aconteceu? O que te fiz? O problema é orgulho?, tudo bem, então não há mais problema: me desculpe? Por tudo e qualquer coisa que eu tenha feito. Aonde está você? Eu a perdi numa reta. Numa reta, meu bem! Íamos bem... e acabou. O encanto já era!

Eu. (...) Por que você fica séria perto de mim (...)? Por que você me leva a sério agora? Por que você deixa que eu te pise, te humilhe?? Por que parou de me pisar??? Você sabe o que eu gosto! Sempre soube!! Então agora me diz!!! POR QUÊ...

Por que você tinha que se apaixonar? Eu te odeio.

25 fevereiro, 2006

Sexta monocromática

Apatia - do Lat. apthia + Gr. apátheia
s. f., insensibilidade; indiferença; impassibilidade; inércia; marasmo.


Hoje não ventou, o ônibus não fez barulho, não tomei esporro no trabalho, nem fui elogiado. A menina que me dá bola não deu. Cada risada foi um grunido de desespero, que afinal não veio.Não choveu, as músicas não desceram. Tive vontade de ir pra casa ver novela, ou pior, sessão da tarde.

Quis beber, mas não servia cachaça/wiski/vodka - muito fortes. Não desceria cerveja/chopp/long neck - não fazem efeito. Não era clima para misturas/batidas.
"Então uma droga", pensei. Maconha - muito depressivo. Ecstasy - muito agitado. Cocaína - muito suor. Cigarro - muito morno.

Morno - do Germ. morn.
Adj.,pouco quente; tépido;
Fig., falto de energia, mole; insípido.


Sexo.
Os dois do mesmo jeito, sem querer nada a não ser que o dia acabe. Ou nem isso. Eles se olham. Ela com os cabelos soltos, os olhos meiados, a boca entreaberta. Blusa de alcinha e saia rodada acima do joelho. Ele com os cabelos soltos, lisos, quase até os ombros. O olhar alcançando a boca dela. Desejando que ela movimente a língua contra o céu da boca. Camiseta e bermuda jeans.

As pernas se tocando por baixo da mesa de vidro dariam um espetáculo caso alguém os obsrvasse pelo outro lado. O arrebol que entra pela janela e bate na parede amarelada deixa na copa um clima de filme antigo. "Hell is around the corner" chia no toca discos lá na sala.

Os olhos correm pelas suas curvas. A imaginação pelo desejo. Ela faz o primeiro movimento. Aproxima-se do rosto dele e encosta bochecha com bochecha. Tão levemente que um arrepio sobe pelas suas costas. Ele, respondendo à esta carícia, faz círculos com a mão esquerda no joelho direito dela.

Seus lábios se tocam. Os dela macios e tenros como um pêssego. Os dele secos e frios pela respiração ansiosa. O beijo como quem quer engolir algo maior que a boca. O calor sobe de raiva. As roupas sao arrancadas e espalhadas pela casa como se quando virem-nas novamente elas fossem dizer que valeu a pena.

Mas o tempo não passou, o vento não veio e nem o mormaço, nem o marasmo foram embora.

05 fevereiro, 2006

Material para postagem

Um pouco de função conativa.
Que tal escrever sobre o por quê é tão mais fácil escrever quando se está deprimido? Talvez porque o "mal deste século" é, como o nome indica, compartilhado por tantas pessoas que, enquanto escreve, a certeza de que será aceito permeia cada palavra. Ou então escrever sobre a prepotência de que será lido por tantas pessoas assim, sobre a incongruência do desejo de escrever e, com a mesma força, o medo de ser lido. Cada autor sofre de diferentes graus dessa página (fina, branca, de papel, cortante, fria... ou então embolada, amarela, dura, maciça e pesada... quem sabe ainda aquela de papel reciclado, que acabou de sair da peneira e ainda não vê sentido em ser... meu deus, como eu posso me esquecer dessa de vidro, com milhares de micro formigas se movimentando para todos os lados com o simples clicar de um mouse, essa que te dá a impressão de controle sobre algo menor e mais fraco que você...).
Poderia-se ainda escrever sobre o acaso. Uma música que se estava apaixonado e, de tanto ouvi-la, enjoou. Acontece que enquanto começa a escrever naquela página amarela de maché, com toda a densidade que ela exige, notas são reconhecidas pelo seu sistema mais profundo... o tímpano. Aquela música exaustivamente explorada se excita em meio a pensamentos e ondas sonoras logínquas.
Quem sabe, escrever sobre a definição de amor. Uma bobagem que se sente após uma onda de paixão, ou um complexo de sentimentos nos quais a dor geralmente é o mais proeminente, ou ainda uma sucessão da doença que tira as pessoas do seu normal (e de qualquer outro normal) que é a paixão. Neste caso uma doença ao cubo, ou até à sexta potência.
A inutilidade de um domingo é sempre um ótimo assunto. Isso sem entrarmos no mérito do Faustão e do Gugu. Um domingo sem televisão. Aqueles nos quais se fica deitado curtindo o por do sol, aquela sensação gostosa de fim de tarde, o início do desespero da segunda chegando, a impaciência de não se ter nada que se queira fazer e o querer proeminente de se fazer algo. A magnitude do início daquela noite perdida, assim como foi o dia, uma vez que você dormiu mais do que gostaria. Obviamente eu não estou contando com as inúmeras possibilidades de um dia ótimo uma vez que nós fomos à feira hippie (no meu tempo conhecida como feira de artesanato). Mas se eu estivesse, aquele filme que você espera há tanto entra em cartaz. Há programa melhor que esse? Feira hippie, almoço (provavelmente num bu-raco-teco), vadiar até a hora do filme tão esperado (o quê? talvez umas 2 horas? 3, no máximo!?), pegar a sessão de cinema por volta de 6 horas e sair do filme já à noite. Como eu disse, prá onde foi o seu tão merecido domingo?
Pressão? Qual? Se você tem problemas com os pais ninguém tem nada a ver com isso. Se o seu emprego não te valoriza, por que não o larga? Ouvir músicas que não gosta só para agradar a outrém... como num papo na noite. Uma conquista, talvez. Falar de música é sempre bem-vindo. Mesmo que você não goste, há a desculpa: "não, EU CONHEÇO! JÁ OUVI! mas não é minha praia...". Ora, escrever por prazer coisas que não serão publicadas e não conseguir eliminar a tentação de expô-las. Porque você tenta. Sabe que sim.
Escrever sobre a leveza de um texto. Aquela leveza às vezes esperada e procurada, mas sempre tão distante que a procura por ela te densifica mais do que se você deixasse viver, deixasse ficar, deixasse estar como está. Você acabaria esbarrando nela e, com um golpe de sorte, ao invés de só esbarrar nela, você a albarroa.
"Relaxe. Respire fundo. Três vezes.... Isso. Não se esqueça de manter os olhos fechados. Mesmo porque eles já estão tão pesados que não seria possível abri-los nem se quisesse..." Meditação... Um espaço em preto na correria de suas divagações melancólicas. Uma folha arrancada da declaração da independência.
Engraçado, não consigo finalizar esse post. Até mesmo o fim é um ótimo tópico para ser discutido. Aquele fim que chega e não se percebe. É necessário um aviso. THE END. Mas eu prefiro um fim sutil, que chega como não quer dizer nada. E realmente não diz.

02 fevereiro, 2006

Andei atordoado

A vontade de ter uma rotina casa-trabalho-casa me persegue. A vontade de, por comparação à outras vidas, sair e me divertir 24/7 existe. A angústia de não saber qual das duas opções seguir tb.
A vontade de ter alguém me aflige. O desejo de me conhecer melhor pulula. A angústia de não saber qual das duas opções seguir tb.
A vontade de ligar pros amigos p sair, tomar uma, bater um papo, passar mais tempo com eles me abraça. A impaciência de conversar após atender help desk me explode (quero casa). A angústia de não saber qual das duas opções seguir tb.
A impressão de só ter conversas fúteis e sem sentido ainda me consome. A vontade de extrapolar esse sentimento me impulsiona. A angústia de não saber qual das duas opções seguir tb.
A vontade de ajudar a todos que me ligam pedindo suporte me alegra. A noção de responsabilidade pós-ajuda me deprime. A angústia de não saber qual das duas opções seguir tb.
A experiência de ficar deprimido me extasia. O desejo de fazer disso rotina me fode. A angústia de não saber qual das duas opções seguir tb.
A sensação de estar conquistando alguém me entristece. A certeza de não ter quem eu quero me alegra. A angústia de não saber qual das duas opções seguir tb.
A depressão de estar angustiado me felicita. A felicidade de estar deprimido me angustia. A falta de escolha me arrasa.

O Último Dia

Meu amor,O que você faria
Se só te restasse um dia
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?

Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia?

Meu amor, o que você faria
Se só te restasse esse dia
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?

Corria prum shopping center
Ou para uma academia
Pra se esquecer que não dá tempo
Pro tempo que já se perdia

Meu amor, o que você faria
Se só te restasse um dia
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?

Andava pelado na chuva?
Corria pro meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?

Meu amor, o que você faria, hem?
O que você faria?
Abria a porta do hospício
Trancava a da delegacia?
Dinamitava o meu carro?
Parava o tráfego e ria?

Meu amor, o que você faria
Se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?

(na voz de Lenine, por favor)

31 janeiro, 2006

To someone I know will never read it

(Listening to "This Is Not A Love Song - Public Image Limited")
"Reading your letters I found, lost in the back of my mind, feelings (or memories of them, or the desire to re-feel them) and fotos (this one I know noone will understand but you) that I'd like to have nowadays.
We were both "child", both in depression, both tired of everyone else, both speaking about suicide, passion, love, touch... both in love. We used to talk about everything, do you remember? And what about that night when you got me at school and we went to the gas station right in front of it. We talked about what? Six, maybe seven hours straight? I can see it now. It was the first time we talked about... it all. The thing is that I was with somebody else. With some girl that I'd love to have given up on her to try and be with you.
In your letters, even beeing bored, upset, depressed, you always showed, or tried to, a bubbbling, shinning, happy, glittering mood. I said "tried to" because I knew you, I knew that behind al that happiness was someone sad, someone tired of people, someone that was my pal, my closest friend, my... self.And what about that "Hug Ticket"? I'm still looking for a kiss one. Five years later. Please, call me? Luv ya."

27 janeiro, 2006

Eu quero, manhê!

Tenho pensado muito nesse blog. Provavelmente por ser o meu primeiro (e talvez o único), portanto, tenho um certo receio de postar nele... espero que passe.
Arrumei um emprego. Vou trabalhar com help desk do suporte da way internet. Ótimo. Ótimo? Péssimo!
Já trabalhei antes com computadores e com gente, mas era uma brincadeira. Agora não. Tô preocupado em conciliar o emprego com os meus desejos. Quero encontrar os amigos, sair à esmo, correr quando der vontade, ligar para a July quando eu ficar feliz, ligar pra Lau às 22h pra sair p dar uma "voltinha", dessas que não duram menos que 2 horas. Quero postar mais nesse blog, quero pensar em assuntos aleatórios, quero me afundar em depressão num dia triste (um bom lugar pra ler um livro...), quero sentir a descarga de adrenalina no meu corpo quando eu vir um daqueles fatos mágicos no meio da rua.
Agora, por que eu nao posso fazer isso? Porque enquanto eu estiver trabalhando eu nao posso usar meu celular, nao posso nem tê-lo na minha PA (posto de atendimento, ou algo assim), vou sair do emprego as 22h, o que cancela as andadas, vou ocupar um precioso tempo prestando atencao em queixas e problemas de usuários, quando eu poderia estar malhando o cérebro.
Tenho livros e mais livros para ler, pessoas para conhecer (isso ficou bem claro quando eu estava na savassi e duas meninas sentaram na "minha" mesa e ficaram conversando... em pouco tempo éramos 3 conhecidos, batendo papo e falando... - Isso é papo pra outro post, mas foi sensacional!), coisas para fazer como atrapalhar o árduo trabalho das formigas, ou analisar profundamente o perfil das pessoas que passam na sua frente enquanto você lê um conto... Eu não posso me impedir de ter todos esses momentos mágicos.
Um dia eu ainda consigo transmitir meu universo com clareza. Por hora, cansei.

19 janeiro, 2006

Teste 1

Bem vindos ao primeiro teste do Bob Beakman Blog. Se vocês repararem à sua direita, teremos alguma coisa muito interessante a mostrar. Olhando do seu lado esquerdo, vocês verão uma linda paisagem branca, na qual a pretensão de fundí-la com algo supimpa existe. No caso de qualquer eventualidade como interação demasiada, distração ou hiper-foco, não se preocupe porque enquanto sua mente estiver aqui as formigas comendo seus dedos não te farão mal, isso se considerarmos a frase "frio é psicológico" verdadeira. Em caso de dúvida, localizado no canto superior esquerdo do seu "keyboard" há uma tecla com os dizeres "F1". Aperte-a e uma surpresa te aguarda.
Tenham todos uma boa ficagem.